Quando Björk tinha dez anosdepósito mínimo 50 centavos, sua mãe lhe explicou que uma energia passava pelo corpo da francesa Édith Piaf. Era a música. Era também a natureza. "Minha mãe conhecia o potencial visceral do corpo", diz à Folha. É um potencial que Björk explora há décadas, eviscerando música, natureza, artes visuais e tecnologia, parindo inesperadas quimeras.
Deposite e jogue com R$1 | Acesse e cadastre-se agoraA cantora islandesa lançou na sexta-feira (24) o filme "Cornucopia", em que registra sua turnê de mesmo nome. "Cornucopia" foi um de seus palcos mais complexos, a exemplo da estrutura dos fungos. Björk contava com um coral, flautistas, harpistas e uma câmara de eco construída sob medida para ampliar sua inconfundível voz. O show, gravado em Lisboa em 2023, estará na plataforma de streaming Apple TV+.
A preocupação com a natureza aparece desde o início da carreira de Björk, que estreou nos anos 1970, quando ainda era criança. Mas essa mensagem está particularmente clara na turnê "Cornucopia", em que ela fala —pela música— sobre a necessidade impreterível de proteger o mundo.
Björk, de 59 anos, conversou com a reportagem por email logo após o presidente americano Donald Trump anunciar, no dia 20, a retirada dos Estados Unidos dos acordos climáticos de Paris. A medida, a cantora afirma, reforçou sua crença de que a discussão é "mais urgente do que nunca".
Como tudo o que faz, a artista injeta sua personalidade no email. Quase se ouve seu sotaque islandês reforçando a letra L e arrastando o R. O texto biórquico está centralizado na página, colorido com um azul-arroxeado e todo grafado em minúsculas, com espaços antes e depois de cada pontuação. Parece até, de certo modo, o encarte de algum de seus discos.
Björk fala da luta climática como uma "utopia" —nomedepósito mínimo 50 centavos, aliás, do álbum que lançou em 2017. A islandesa sugere que o caminho que enxerga rumo a esse mundo ideal pode ser construído com harmonias e melodias. "Os músicos trabalham com a imaginação, e temos facilidade em criar coisas que não existiam antes", afirma. "É um músculo que usamos bastante."